Teve lugar ontem, no Museu Nacional do Traje, a segunda conferência do programa da Semana Maria da Fonte, que começou a cumprir-se no passado domingo dia 4, com a apresentação do cartaz, e se prolonga até ao próximo dia 12 de Novembro.
Nesta conferência subordinada ao tema “A mulher portuguesa: multifuncionalidade do seu papel no decurso da História”, marcaram presença várias mulheres povoenses, trabalhadoras e empresárias, que partilharam a história de vida pessoal e profissional, com testemunhos na primeira pessoa.
Jenny Silvestre, Diretora do Laboratório de Ópera Portuguesa (LOP) e mentora deste ambicioso projeto, recebeu a comitiva povoense, da qual faziam parte também técnicas do Município das mais variadas áreas, agradecendo a todas a participação e reconhecendo “a importância da envolvência e associação da Câmara Municipal a este enaltecimento da Maria da Fonte, como protagonista incontornável da história de Portugal”.
A conferência dividiu-se em dois painéis. No primeiro, tomaram a palavra Inês Maria Barbosa e Elsa Rodrigues, ambas empresárias do setor do ouro, a quem se seguiu Ana Lúcia Lopes, empresária do setor da criação de plantas ornamentais. Andreia Afonso, empresária do setor da biotecnologia vegetal e Sílvia Magalhães, do setor da pedra encerraram, com os seus testemunhos, a primeira parte desta tarde.
O segundo painel, caraterizado por ter como denominador comum a participação política das suas intervenientes, abriu com a intervenção de Elisabete Cunha, que integra o executivo da União de freguesias de Campos e Louredo, empresária do setor do turismo ecológico, a quem se seguiu Clarisse Vieira, professora e Presidente da União de Freguesias de Fontarcada e Oliveira, e Natália Pereira, investigadora e Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia da mesma autarquia.
A terminar, partilhando com as palestrantes e convidados/as a sua história de vida, Fátima Moreira, Vice-Presidente e Vereadora do Município Povoense, deixou a sua história de vida e percurso profissional, como professora e política.
“Já sentia um enorme orgulho, mas hoje ele vai daqui reforçado pela certeza daquilo que somos enquanto comunidade, com os testemunhos na primeira pessoa destas mulheres povoenses que vieram até Lisboa. E, também por pensar que há aqui outras pessoas, que, se estivessem deste lado também teriam testemunhos fantásticos, como é o caso das técnicas do Município que acompanharam este grupo e que todos os dias enfrentam desafios no seu dia-a-dia, nas mais variadas áreas, como a igualdade de género, o empreendedorismo e empregabilidade ou a cultura.”
E acrescentou: “Para que melhor conheçam quem somos, é importante que conheçam de onde vimos! Vimos do Norte, vimos dos Minho, vimos da Póvoa de Lanhoso. Terra de pouso e de passagem, mas esta circunstância não impediu que nos finais do século XIX, a Póvoa de Lanhoso fosse um concelho rural e pobre, de onde, apesar de tudo, a tenacidade dos seus habitantes se revelasse forte e única. Caraterísticas que ainda hoje fazem parte do ADN das Gentes de Lanhoso. Resistimos à perda significativa de população nos últimos anos, temos das mais baixas de desemprego da região, contrariando, por isso, a tendências dos concelhos vizinhos. Somo resilientes”.
Terminou a sua intervenção com a força que já se lhe conhece: “Seremos tanto maiores quanto mais abertos ao mundo, seremos tão singulares e autênticos quanto mais conhecermos o nosso passado e honrarmos o legado daqueles e daquelas que nos antecederam. Somos herdeiros da Maria da Fonte, somos herdeiros do legado da única revolução levada a cabo por mulheres. É nossa obrigação continuar a defender os ideais em que acreditamos, travar as lutas necessárias para alcançar as melhores condições sociais, mais justiça, mais igualdade e devemos fazê-lo juntos, devemos fazê-lo juntas!”
As restantes conferências estão marcadas para os dias 9 e 10 de Novembro e terminam na manhã do dia 12, domingo, no Centro Cultural de Belém.
O dia 12 será o ponto alto da Semana Maria da Fonte pois está marcada para as 17horas, a estreia moderna da Opereta Maria da Fonte, no palco do grande auditório do Centro Cultural de Belém. Com as atuações da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, a Opereta conta com a direção musical de João Paulo Santos, vestindo Cátia Moreso a personagem da heroína povoense.