Edifício construído em 1904 e inaugurado em 1905.
Projetado por Ascensão Machado e construído por ação do maior benemérito da Póvoa de Lanhoso – António Lopes, o Theatro Club é especialmente característico da Arte Nova, destacando-se entre as salas de espetáculo existentes em Portugal pela sua peculiar arquitetura e expressiva decoração.
Apelidado de “theatrinho”, pelas reduzidas dimensões da sua sala principal (com capacidade para 120 espectadores/as) e após mais de 20 anos encerrada, tornou-se uma realidade em 2001 a sua reabertura e entrada em funcionamento, procurando ocupar um espaço de referência na região com uma programação regular assente preferencialmente no Teatro.
O projeto de recuperação dos arquitetos Mário e Adelaide Abreu (premiado pela União Europeia, apoiado pela Fundação Gulbenkian e financiado pelo Plano Operacional da Cultura) adapta a sua funcionalidade e preserva a sua valia artística.
Se, em 1904, o autor do projeto, Ascensão Machado, faz notabilizar o espaço pela sua arquitetura, mas sobretudo pela sua peculiar decoração, o novo projeto de Mário Abreu tem o grande mérito de recuperar na sua plenitude os objetivos e rigores subjacentes, apenas com um hiato de 100 anos de permeio.
As principais nuances que marcam e, simultaneamente, distinguem o edifício em termos de funcionalidade advêm-lhe pelo redimensionamento dos espaços. Ao nível do rés-do-chão, a sua utilização já não é vocacionada para a instalação da corporação local dos Bombeiros Voluntários, antes se destinando o seu funcionamento enquanto espaço de galeria de exposições; ao nível do andar e sala de espetáculos, são mantidas as principais referências arquitetónicas e estruturais, valorizando-se os aspetos decorativos em detrimento de uma maior funcionalidade e adequação a novos conceitos e valias tecnológicas, compensando na transformação interna do espaço de palco, camarins, luz e som.
Os motivos decorativos, de estuque trabalhado e frescos pintados nas paredes e tetos, a abertura da boca-de-cena fortemente raiada pela sua exuberância (que se estende ao seu pano, um óleo sobre tela de mais de 20 metros quadrados, com motivos locais) são respeitados em rigor. Já as pequenas alterações introduzidas com o objetivo de criar novas valias e vincar soluções técnicas são feitas em respeito pela unidade do conjunto.
Na recuperação do Theatro Club foram respeitadas as características seculares a par da tradição local, iniciando-se com o século XXI uma nova etapa na sua dinamização artística e cultural, a qual se espera vá ao encontro das sensibilidades e interesses das populações, devidamente enquadrada por uma estratégia mais abrangente e institucional.
Assim, após mais de 20 anos encerrada, tornou-se uma realidade a reabertura e entrada em funcionamento da sala de teatro construída em 1904 na Póvoa de Lanhoso por um filantropo e altruísta benemérito, “brasileiro de torna viagem”, de nome António Ferreira Lopes.
As artes e o espetáculo podem encontrar, na Póvoa de Lanhoso, um ponto de referência que se perspetiva numa dimensão regional.