O que é a Heráldica?
Heráldica é a ciência que estuda os símbolos, marcas das pessoas, ou dos lugares, isto é, os seus brasões ou emblemas, com desenhos, figuras ou cores.
Sendo a Heráldica um conjunto de preceitos que devem ser observados, quer na elaboração quer na leitura, dos símbolos adoptados, estes têm de corresponder aos acontecimentos históricos e às situações, singulares ou colectivas, individuais ou familiares, que representam.
Misto de Ciência e de Arte, compete à Heráldica, registar e interpretar a simbologia evocadora dos eventos. Desde as armas reais, aos brasões da nobreza, às bandeiras dos artífices ao armorial das Autarquias ou mesmo dos distintivos das colectividades culturais, regionalistas ou de providência social. É amplo o campo da heráldica e são múltiplas as suas subdivisões.
FIGUEIREDO, Paulo.
Dicionário de Termos Arqueológicos.
Prefácio – Edição de Livros e Revistas, Lda.
Lisboa, 2004, p. 137.
Armas, bandeira e selo da Póvoa de Lanhoso
A 29 de Julho de 1930, é instituída a Freguesia da Póvoa de Lanhoso (Nossa Senhora do Amparo), como Vila e Sede do Concelho, assumindo-se como herdeira de testemunhos e memórias do antigo Concelho de Lanhoso.
À data, as armas reconhecidas de Lanhoso, descritas por Pinho Leal (Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873-1890), referiam-se a escudo partido em pala, tendo na primeira as “armas de Portugal, e na segunda em campo de púrpura, um castello de ouro, chammejante, sobre rocha de prata, todo lavrado de preto. Por timbre, corôa mural de prata, com o castello por cima.
Havendo a necessidade de se averiguar a autenticidade dos elementos que figuravam no escudo de armas na sequência de uma Circular da Direcção Geral da Administração Política e Civil do Ministério do Interior, datada de Abril de 1930, em que determina que todos os selos ou armas de domínio “fossem ordenadas uniformemente, conforme as regras heráldicas estabelecidas”, é solicitado um parecer à Comissão de Herdeiros e Associação de Arqueólogos Portugueses.
O parecer, reflexo de uma opinião, seria de que os símbolos usados em nada apelavam á riqueza local, aos valores e tradições regionais, ao sacrifício e labor do povo, pelo que propunha ser revistos e reconsiderados.
Tendo por base o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, a heráldica para o Concelho da Póvoa de Lanhoso é publicada pelo Governo da República Portuguesa, em 25 de Julho de 1940.
Escudo
de filigrana de ouro aberto de vermelho, simbolizando a arte de trabalhar o ouro e a filigrana, labor ancestral deste Concelho;
Cruz
azul da fundação, utilizado no escudo de armas de D. Afonso Henriques, expressando a importância da Póvoa de Lanhoso e das suas gentes na luta pela fundação do reino de Portugal;
Castelo de ouro
aberto e iluminado de azul, simbolizando o Castelo de Lanhoso como "um dos mais obscuros obreiros na causa da independência de Portugal";
Coroa
mural de prata de quatro torres. Símbolo heráldico que identifica a Póvoa de Lanhoso enquanto Vila;
Listel
branco com os dizeres «Vila da Póvoa de Lanhoso» de negro.
Constituição heráldica das armas, bandeira e selo, do Concelho da Póvoa de Lanhoso:
Brasão
de filigrana de ouro aberta de vermelho, a cruz azul da Fundação, carregada no seu cruzamento por um castelo de ouro aberto e iluminado de azul. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres «Vila da Póvoa de Lanhoso» de negro;
Bandeira
amarela, Cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança douradas;
Selo
circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso».