O Castelo de Lanhoso é, ainda hoje a principal referência monumental e patrimonial do concelho da Póvoa de Lanhoso, assumindo-se como o elemento catalisador e congregador de toda uma comunidade com séculos de história comum.
Se a instituição do próprio concelho, por D. Dinis, em Carta de Foral datada de 25 de Setembro de 1292, está intimamente associada (entre outras razões politicamente mais estratégicas) à necessidade local de preservar e manter o Castelo de Lanhoso, designadamente passada a eficácia militar destes baluartes bélicos, e quando o controlo das vias de comunicação também tem que ser feito noutra dimensão que não puramente defensivo, não deixa de relevar a sua importância, aliás atestada por episódios e registos documentais significativos.
De facto, a principal dimensão, estratégica e monumental do Castelo de Lanhoso advém-lhe desde logo da sua localização. Implantado no topo do maior afloramento monólito granítico conhecido, tornam esse local praticamente inexpugnável a qualquer ataque pelo uso puro e simples da força, independentemente das armas ou do número considerado.
O local onde encontramos o Castelo de Lanhoso, além de inacessível, permite exercer e aproveitar de forma perfeita um controlo visual sobre uma vasta região, os vales dos rios Ave e Cávado, serpenteada de vias de comunicação, particularmente as que ligavam importantes centros políticos, económicos, sociais e mesmo religiosos como são as antigas Bracara Augusta (Braga) e Vimaranes (Guimarães).
Pela sua localização geoestratégica, o monte de Lanhoso vai, aliás, ser objeto de uma ocupação humana desde milhares de anos antes de Cristo, o que é atestado pela existência de vestígios de inúmeras construções que vão sendo sucessivamente habitadas (Castro de Lanhoso). Os primeiros vestígios apontam para cronologias do período Calcolítico (III milénio a.C.), passando pelos diversos períodos e particularmente pela ocupação romana, sempre tão seletivos e diligentes na escolha dos locais para controlo e domínio das envolvências dos espaços ocupados, mantendo-se os mesmos locais com ocupações que nos trazem até ao período medieval, quando assistimos à edificação do Castelo de Lanhoso.